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sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

REPORTAGEM: A Mangueira do Alzira



A MANGUEIRA DO ALZIRA 

A mangueira do Colégio Estadual Professora Alzira dos Santos da Silva é, aos olhos de muitos, o  cartão postal da escola.


 A mangueira, além de ser uma bela árvore produtiva, proporciona sombra aos alunos e a todos da comunidade escolar. Segundo a Diretora Adjunta Élia Alves Pires, a árvore já faz parte do Alzira, aproximadamente,  há uns trinta e sete anos.
No entanto, em certa ocasião, a árvore quase deixou de existir. O motivo foi que uma pessoa propôs que a mangueira  fosse cortada, alegando que suas raízes estariam destruindo a calçada da escola. Tal fato gerou muita controvérsia. Mas  Dona Élia, que  não concordava com a ideia de cortá-la, defendeu a permanência da mangueira na escola. E esta se encontra em seu lugar de origem ate os dias de hoje.
Alguns funcionários da escola revelaram coisas positivas sobre a árvore: “É uma arvore muito bonita e frutífera e a sombra que ela faz e muito boa”, disse uma das cozinheiras da escola.  Uma outra funcionária,  quando questionada sobre a quantidade de folhas secas que caem em determinado período do ano - resultando em mais trabalho para manter o pátio limpo - diz: “A sombra que ela faz cobre o trabalho que tenho em limpar toda sujeira”.
O único problema em relação à árvore, mencionado por alguns, ocorre quando  mangas ou pedaços de galhos secos  caem sobre  os que transitam pelo pátio. Em vista disso, na época em que as mangas amadurecem, o cuidado deve ser redobrado ao passar por baixo dela.
Uma atitude legal tomada pela direção é que em épocas de frutos maduros a escola utiliza as mangas como sobremesas: “Às vezes damos as mangas para os alunos como tira gosto após a refeição e muitos alunos e professores levam  mangas para casa. Alguns professores levam sacolas cheias”, revela a cozinheira. E quando questionados se a mangueira deveria continuar na escola, os funcionários responderam sem hesitar que sim, pois seus benefícios são muitos.


Por
Wanderson Rocha Rodrigues Silva, Lucas Luiz e Raphael Kennedy

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

ENTREVISTA: Batalhas e Conquistas de Dona Elia

 
 "Saio triste por ver uma geração desinteressada, sem noções de valores!"
 
Elia Alves Pires
 
Esta é uma entrevista para mostrar que mesmo com grandes dificuldades podemos, sim, sonhar, realizar os nossos sonhos e alcançar nossos objetivos.
 
 E, hoje, iremos entrevistar uma mulher que, apesar de tudo que passou na vida, continua de pé, já que nunca desistiu de lutar. Esta é Élia Alves Pires,  Diretora Adjunta do Colégio Estadual Professora Alzira dos Santos da Silva.
 
ENTREVISTADA - Élia Alves Pires
 
ENTREVISTADORAS - Laiza Ester de Oliveira Alves, Ariane Barroso e  Nathalia Cristina Pereira de oliveira (Alunas do 1º ano do Ensino Médio - Turma 1003).
 
ENTREVISTADORAS - Bom dia Dona Élia! Nós  lemos, na internet uma matéria publicada em 2008, a qual a senhora relata  suas memórias, desde a vinda de sua família para o Rio de Janeiro até a mencionada data. Achamos a narrativa tão interessante que decidimos entrevistar a senhora. Na verdade, nós três concordamos que sua história de coragem e superação é, de fato,  admirável.
 
 
ENTREVISTADA -  Obrigada!
 
 

ENTREVISTADORAS - Por qual motivo, D. Élia,  seus pais resolveram vir para o Rio de Janeiro?

 
ENTREVISTADA - O  motivo principal dos meus pais era  fazer com que eu e meus irmãos pudéssemos ter um estudo de qualidade.
 
ENTREVISTADORAS - Ao chegar no Rio de Janeiro,  quais foram as dificuldades enfrentadas por vocês?        
 
ENTREVISTADA - Várias foram as dificuldades, por exemplo, acidentes ocorridos com meu pai (assalto, doença que quase o deixou paralitico) e as consequências foram drásticas, dentre estas, um estado de pobreza total.

 

ENTREVISTADORAS - Como se sabe, a senhora começou a trabalhar aos oito anos de idade! Qual era a função que, naquela época, a senhora exercia?

 
ENTREVISTADA - A primeira função que exerci foi a de limpar casas de vizinhos para ganhar qualquer quantia de dinheiro... Qualquer quantia era entregue à minha mãe pelo meu trabalho. Depois trabalhei na cidade, em casas de família. Eu era tão pequena que precisava subir em um banquinho para lavar a louça. Também trabalhei em botequim, armarinho, fábrica de calças, trabalhei ainda em uma metalúrgica e daí não parei mais.
 

ENTREVISTADORAS - Era comum, naquela época, o trabalho infantil. No seu caso,  além de trabalhar fora,  a senhora ainda ajudava em casa. Como?  
                             
 
ENTREVISTADA - Eu ficava nas casas das patroas durante a semana e ajudava em casa aos sábados e domingos. Ajudava a minha mãe a arrumar a cozinha, limpar a casa, entre outras coisas. E, além disso, como não havia água encanada, tínhamos que carregar latas e latas de água. Eu,  e muitas outras crianças, abastecíamos os reservatórios de água que havia em nossas casas. E o pior é que andávamos longas distâncias para fazer isso.
 
ENTREVISTADORAS - Entre tantas dificuldades enfrentadas pela senhora, ao longo de sua infância e juventude,  qual destas julga a maior?
 
ENTREVISTADA - A maior dificuldade que enfrentei se iniciou aos oito anos, quando vi que seria muito difícil chegar aonde eu queria.
 
ENTREVISTADORAS - Em algum momento a senhora pensou em desistir, em meio a tantas dificuldades? 
                                                                                                           ENTREVISTADA - Nunca... Sempre corri atrás dos meus sonhos.
 
 
ENTREVISTADORAS -  Suas dificuldades serviram de aprendizados? Quais?   
 
ENTREVISTADA - Serviram! E muito! Aprendemos a caminhar com nossas dificuldades. Sempre acreditei no amanhã.
 
ENTREVISTADORAS  - Acha que conseguiu ajudar suficientemente sua família? 
 
ENTREVISTADA -  Sim,  ajudei muito!
 
ENTREVISTADORAS - Se pudesse voltar no tempo e mudar algo, o que mudaria?                                     
 
 ENTREVISTADA -  Já que precisei trabalhar a partir dos oito anos de idade, não  tive  infância. Então, acho que é isso que mudaria!
 
ENTREVISTADORAS - Atualmente, qual o seu maior sonho, Dona Élia? 
                                                                                          
ENTREVISTADA - Meu sonho está  voltado para Educação. De fato, eu sonho em ver o Brasil com educação de qualidade, nossos jovens realmente interessados em aprender, visando um futuro melhor.
 
ENTREVISTADORAS - Referindo-se a si mesma, conseguiu realizar todos os seus sonhos?   
 
ENTREVISTADATodos não! Sempre estamos querendo mais! (risos)  Gostaria de ter dinheiro constantemente. 
 
ENTREVISTADORAS  -  Fale de suas realizações?   
                                                                                
ENTREVISTADA - Me formei, casei e tive uma filha.
 
ENTREVISTADORAS - Como a senhora chegou no Alzira?  
        
ENTREVISTADA - Cheguei aqui, no Alzira, através de concurso.  Concluí a graduação em História - na Universidade Gama Filho -, fiz prova de seleção para atuar no magistério estadual do Rio de Janeiro e, enfim, escolhi o CE. Professora Alzira dos Santos da Silva por já conhecer o bairro.
 
ENTREVISTADORAS - Ficamos sabendo, por terceiros, que a senhora pretende se aposentar no  ano que vem. Fale um pouco sobre isso! 
 
ENTREVISTADA - (Silêncio) ... É difícil! ... Tudo tem seu momento ...  e acredito que chegou o meu (Olhar de tristeza). Saio triste por ver uma geração desinteressada, sem noções de valores! Triste também porque não gostaria de me aposentar no momento.
 
 
ENTREVISTADORAS - Agradecemos à senhora  por nos ter  concedido parte de seu tempo e atendido ao nosso pedido para entrevistá-la.  Nós três seremos eternamente gratas!  um Bom dia para a senhora!
 
ENTREVISTADA - Eu é que agradeço a vocês!